"Vipassana - Uma prática de visão interior da natureza impermanente da mente e do corpo"
Dez dias. Sem Falar. Sem celular, Facebook, Instagram. Sem roupa de Yoga. Sem malhação. Sem música. Sem leitura. Sem escrita. Sem matar (possíveis insetos!). Sem autossabotagem. Sem se masturbar. Sem sexo. Sem mentir. Sem drogas ou álcool. Sem se mexer. Sem reclamar de nada. VAI ENCARAR?
Tudo ficará mais lento, você estará em “slow motion”.
Você escuta bem? Pois agora vai escutar uma formiga respirando.
Você sempre olhou as nuvens brancas e viu apenas nuvens?
Agora você verá uma floresta no céu.
Eu pensei... Será que sou feito de estrelas?
Você vai descobrir que, desde que nasceu, usou apenas 10% de você mesmo.
Você vai suar muito, mas muito mesmo, não se assuste, é apenas a sua raiva, seus desgostos, seus desejos, seus padrões negativos saindo de dentro de você.
Como afirmam os xamãs após realizarem a cura de alguém: “O mal saiu de dentro do seu corpo”.
Nos primeiros dias, você não sente nada além de dores no corpo todo e vontade de sumir,
depois de alguns dias você começa a sentir tudo... a próxima etapa é uma mistura de coisas e no último estágio você desaparece, some, se dissolve por completo.
É loucura? Não.
Uma cura milagrosa para todos os problemas da vida? Não.
É a iluminação? Não.
Vipassana é uma ferramenta, é uma leitura completa do seu corpo e sua psique, um estado de pura atenção em si mesmo (sem existir aquele que presta atenção), é um existir inteiramente no presente, o passado e o futuro deixam de existir na sua mente. É uma experiência indescritível de ver, na mente, a sua loucura, é descobrir que passamos a vida numa luta épica para evitar o sofrimento, numa corrida alucinada para agarrar a felicidade, tudo isso passa, e até quando você estiver de “saco cheio” isso vai passar.
Não há problema em sentir tristeza, raiva, preocupação, dor e sofrimento, assim como não há problema em sentir prazer, alegria e excitação, de qualquer modo, todos esses sentimentos irão diminuir e fluir. Nada é permanente. E assim é a vida.
Eu aprendi a olhar o que sou e a dissolver todo esse lixo, e o que sobrou é realmente o que sou: NADA! E NADA É NADA. Ao contrário do que pensamos, algo novo e criativo só pode brotar do nada. Se assim não for, será apenas o velho modificado.
Fiz as pazes com o meu corpo e comigo mesmo.
Se você puder enfrentar essa jornada, vai fundo, você vai achar muita lama, mas vai descobrir que lá no fundo tem uma Flor chamada Lótus.
Vipassana, a cada vez que pratico, descubro que são os 10 dias mais bem vividos da minha vida.
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