O termo música xamânica é apenas uma designação para um estilo, como é o caso do jazz, da new age, do rock progressivo, do samba etc... Não existe neste estilo - música xamânica - uma estrutura de teoria musical, de origem especificamente indígena, que possa ser derivada de outra coisa que não seja a mesma para qualquer outro estilo de música. Há, sem dúvidas, os ritmos próprios de cada cultura, executados com chocalhos e tambores de pele de animais, entonações vocais peculiares, cantos sagrados com letras que nos inspiram a elevação transcendental, bem como com as flautas feitas de madeira mais conhecidas como NAF (Native American Flute), que são instrumentos utilizados por xamãs e pajés em seus rituais. Apesar de estes artefatos pertencerem à tradição indígena, as notas musicais emitidas por esses instrumentos que formarão a melodia são as mesmas 12 notas usadas em qualquer música. O que muda são as linhas melódicas e a forma de execução. As notas musicais, desde uma sinfonia de Beethoven até a "Starway to Heaven" do grupo de rock Led Zeppelin, são as mesmas. Pelo meu olhar metafísico, eu entendo que a música não é algo estático, mas dinâmico, podendo, isto sim, variar quanto à energia fluídica que ela gera em um ambiente e a influência que poderá exercer em nossa condição emocional/psicológica. As 12 notas usadas, por exemplo, em um canto gregoriano ou um canto sagrado xamânico, que são produzidas em sintonia com as altas vibrações do mundo telúrico, terão uma influência completamente diferente em nosso psicossoma - conjunto formado por corpo e espírito - se comparadas a outros estilos de música produzidos em sintonia com padrões de baixas vibrações. A música "elevada" pode ser curativa, mas há certos estilos - muito em evidência nos dias de hoje - que podem ser destrutivos, causando danos severos ao nosso equilíbrio interior, nossos sentimentos e principalmente em nosso humor, estimulando reações inadequadas e até certo ponto agressivas no convívio social. Enfim... onde quero chegar para encurtar o texto... Você pode escutar tanto um mantra tibetano, indiano, um canto indígena norte-americano, quanto um canto das pajelanças dos yawanawas, yanomamis, entre outros, no Brasil, ou um canto dos mestres xamãs do Peru, Colômbia, Chile, Bolívia, tudo isso independentemente da religião ou crença com a qual você se identifica, sua condição social/intelectual ou raça. A música é universal, ela não tem dono ou origem. Ela não se utiliza de nenhum idioma para se comunicar. Ela fala a sua própria linguagem através das frequências sonoras organizadas - melodia e harmonia -, variando de acordo com a inspiração e a intuição de cada autor/criador. Toda música composta com o propósito de elevar o ser humano, unir o céu e a terra, dar expansão à consciência do homem e criar uma vida mais saudável, deve ser ouvida e cultivada no seu dia-a-dia. A música que brota da alma do artista num ato de amor deve ser escutada. Dizem que somos aquilo que comemos, eu costumo dizer que somos muito mais aquilo que ouvimos!
Meus 2 álbuns xamânicos você poderá conhecer e ouvir no Spotify, Deezer e demais plataformas digitais.
OM Shanti!
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